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POTENCIAL INEXPLORADO DA “ECONOMIA DA LONGEVIDADE”

Também chamada de “economia prateada” (silver economy, pelos cabelos brancos e com aspecto prateado dos idosos) é o sistema de produção, distribuição e consumo de bens e serviços que visa utilizar o potencial de compra das pessoas mais velhas e satisfazer as suas necessidades de consumo, de vida e de saúde.

Neste contexto, com o aumento da expectativa de vida, os idosos estão vivendo mais. Isso é uma notícia muito boa para a economia global. Antigamente, jovens tinham sempre a perspectiva de herdar o futuro da humanidade, mas agora o aumento do envelhecimento da população está definindo isso. Em 2018, pela primeira vez na história, aqueles com 65 anos ou mais superavam as crianças com menos de cinco anos em todo o mundo. E o número de pessoas com 80 anos ou mais está projetado para triplicar, de 143 milhões em 2019 para 426 milhões em 2050. A população com 65 anos ou mais está crescendo mais rápido do que todos os outros grupos etários, especialmente porque a taxa de natalidade global está caindo muito desde a 2ª metade do século XX. De acordo com a OMS, as taxas de fertilidade em todas as regiões, exceto na África, estão próximas ou abaixo do que é considerado a “taxa de reposição” – o nível necessário para manter uma população estável. A população não está apenas envelhecendo, as pessoas estão vivendo mais e aumentando sua “expectativa de saúde e de vida saudável”. Isso significa que à medida que a população de idosos aumenta, também cresce um grupo de consumidores, trabalhadores e inovadores. Em outras palavras, idosos não são simplesmente um grupo que precisa de serviços especiais e da “economia prateada”, em vez disso, a população idosa pode continuar a ser participante e protagonista da economia geral e global. Daqui para a frente estamos falando sobre um novo estágio de vida que é tão longo quanto a última parte de sua vida adulta.

Sendo assim, à medida que os idosos vivem mais e com mais saúde, devem ser incentivados continuam a participar ativamente da economia global, abrem-se possibilidades para potencialmente transformar a longevidade em um bem para a sociedade. Por exemplo, em 2015, americanos com 50 anos ou mais geraram quase 8 trilhões de dólares americanos em atividades econômicas. Projeta-se que, em 2030, a população de mais de 55 anos nos EUA será responsável por metade de todo o crescimento dos gastos do mercado doméstico. O número sobe para 67% no Japão e 86% na Alemanha. Com os mais velhos conduzindo uma parte substancial da atividade econômica mundial agora e no futuro, a “economia da longevidade” pode abrir oportunidades de crescimento inexploradas, pois ainda hoje a um forte preconceito de idade e que considera o idoso como algo descartável.

Embora não haja muitas pesquisas disponíveis sobre a economia da longevidade em si, o que está claro é que, se as empresas e instituições forem capazes de aproveitar essa base de consumidores em envelhecimento nesta nova fase de suas vidas, isso pode significar uma grande oportunidade para a sociedade global de forma geral.

O maior mercado para a economia da longevidade pode ser o Japão, o país que envelhece mais rapidamente. De pequenas conveniências, como o fornecimento de óculos de leitura com a etiqueta “sinta-se à vontade para usá-los” em correios, bancos e hotéis, a melhorias estruturais, como o fornecimento de botões em semáforos para a passagem de pedestres em tempo adequado e de acordo com sua capacidade funcional e com as necessidades diárias de sua população em envelhecimento.

Com pelo menos 20% da população atual do Japão com mais de 70 anos, sua cultura inclusiva também se reflete em como os idosos consomem junto com as gerações mais jovens em espaços de convivência comunitários como, por exemplo, piscinas, locais de férias e em aulas de ginástica.

Uma parte importante da longevidade e do aumento da expectativa de vida saudável é a liberdade de trabalhar por mais tempo, caso seja da vontade, e com saúde física e mental e mantendo a produtividade econômica. Por exemplo, na Alemanha, manter os trabalhadores mais velhos trabalhando é uma questão de estabilidade econômica nacional. Mais de 21% da população alemã tem mais de 65 anos. À luz dos avanços na saúde e na expectativa de vida, espera-se que um alemão de 65 anos viva mais 20 anos, de acordo com a OCDE. Algumas empresas alemãs estão usando os avanços da tecnologia para acomodar trabalhadores idosos e mantê-los ativos e investindo em ergonomia preventiva. Por exemplo, a rotação entre as diferentes etapas de fabricação ajuda a evitar deformações unilaterais. Além disso, ajustes de processos e componentes, limites de força, espaços de trabalho com altura ajustável, dispositivos de manuseio e sistemas de apoio, bem como uma implantação adequada evitam sobrecarga física mental. Mas se o aumento da longevidade será um fardo ou um dividendo dependerá de quanto as sociedades se prepararem para os desafios do envelhecimento, bem como identificam e maximizam seus benefícios.

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