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COVID-19 vs. Envelhecimento: Porque pessoas idosas são mais vulneráveis?

O curso da pandemia da COVID-19 mudou as rotinas diárias das pessoas idosas e as dinâmicas  dos cuidados e o apoio que recebiam, sua capacidade de permanecer socialmente conectados e como eram percebidos. As pessoas idosas foram desafiadas por exigências de passar mais tempo em casa e com falta de contato físico com outros membros da família, amigos e colegas, cessação temporária do emprego e outras atividades; e consequentemente o aumento dos níveis de ansiedade e medo da doença e da possibilidade de morte – sua própria e dos outros. Por isso, foi tão importante criar oportunidades de promoção do processo de envelhecimento saudável em meio à pandemia de forma a minimizar perdas.

Neste contexto, o processo de envelhecimento fisiológico promove alterações celulares e teciduais de órgãos e sistemas que contribuem para o aumento de morbidade (estado de ser sintomático para uma doença ou condição) e mortalidade, diminuição da capacidade funcional e fragilidade/vulnerabilidade física e biológica. As características e alterações advindas do processo de envelhecimento interferem em todos os aspectos das funções celulares e dos sistemas fisiológicos e desempenham importantes papéis na predisposição para doenças crônicas e podem interagir negativamente direta ou indiretamente com infecções virais como a COVID-19. Algumas dessas características, associadas com o processo de envelhecimento, incluem a imunosenescência (deterioração progressiva do sistema imunológico com o envelhecimento, sendo uma condição multifatorial que inclui multimorbidades o que aumenta os riscos de fragilidade e infecções recorrentes) e inflamação crônica, a instabilidade genômica, a disfunção mitocondrial, as alterações epigenéticas e o encurtamento de telômeros e que resultam em importantes impactos na capacidade de reserva e adaptação fisiológica em resposta ao estresse. Com a pandemia da COVID-19, levar em conta as alterações do processo de envelhecimento ao cuidar e tratar pessoas idosas que foram infectadas pela COVID-19 ou não pode ser crítico para a prevenção, o prognóstico e a reabilitação.

Os coronavírus se aproveitam de características do hospedeiro para sua replicação; esses fatores são afetados pela idade e pelos mesmos mecanismos associados às características do envelhecimento. As reservas diminuídas e a capacidade de resposta ao estresse, juntamente com a resposta imunológica reduzida às vacinas, colocam as pessoas idosas em maior risco de complicações críticas de saúde e mortalidade, especialmente durante períodos de estresse agudo. Juntamente com as intervenções antivirais, as principais características do envelhecimento podem oferecer insights para a identificação e tratamento dos pacientes de maior risco e ajudar a elucidar a base para as diferenças de idade e sexo em resposta a esses estressores. Por exemplo, foi mostrado que a incidência e gravidade da infecção por COVID-19 parecem ser mais proeminentes nos homens do que nas mulheres, o que pode ser parcialmente explicado pelo dimorfismo sexual associado com a idade e a funcionalidade do sistema imunológico relativa ao sexo.

As manifestações clínicas e a evolução da infecção pelo COVID-19 denotam que as interações entre o vírus e hospedeiro; no caso seres humanos de diferentes idades, estilos de vida e condições clínicas; tem relação com tempestade de citocinas, coagulopatia, morbidades e polifarmácia que é o uso de múltiplos medicamentos (comum nas pessoas idosas) e podem determinar a gravidade e prognóstico da infecção. Para combater as condições clínicas agudas e crônicas relacionadas à COVID-19 são necessárias terapias antivirais que aumentem a resposta do sistema imunológico e melhorem o estado geral de saúde. Pessoas mais velhas podem apresentar respostas atenuadas a vacinas ou medicamentos antivirais. Isto pode colaborar também para o maior número de casos e mortalidade por COVID-19 na população idosa. Algumas terapias antienvelhecimento; o que inclui tratamentos não farmacológicos como, por exemplo, boa dieta (ricas em antioxidantes) e prática de exercício físico; podem atenuar a gravidade da COVID-19 e até aumentar a resposta positiva as vacinas. Sendo assim, o bom combate à COVID-19 pode ser fortalecido com métodos que vão além do isolamento e distanciamento social e internação hospitalar, nos casos mais graves, como aqueles que colaboram com a melhoria da imunidade de pessoas idosas, ou seja, uma dieta rica em nutrientes, sono adequado e prática de atividade física.

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