A inatividade física pode ser definida como o espectro de qualquer diminuição no movimento corporal humano que produza gasto energético diminuído em direção ao nível basal. A mesma tem contribuído muito para o aumento da prevalência das doenças não transmissíveis associadas ao sedentarismo (tais como a obesidade, o diabetes mellitus, a hipertensão arterial, as doenças coronarianas e diversos tipos de câncer) e causado grande impacto econômico na saúde individual e coletivas das populações. A inatividade física também acelera o processo de envelhecimento e o aparecimento de possíveis morbidades associadas com maus hábitos de vida crônicos como, por exemplo, abuso de álcool, tabagismo, sono ruim e dieta inadequada.
A inatividade física, segundo a Organização Mundial de Saúde, é a condição na qual um indivíduo não atinge a recomendação mínima de atividade física para a manutenção de estado de saúde ótimo e prevenção de morte prematura. A recomendação mínima corresponde à execução de 150 minutos/semana de exercício moderado na maioria dos dias da semana (≥ 5 dias) ou 75 minutos/semana de exercício vigoroso por pelo menos 3 dias.
Este cenário tende a ser agravar já que o processo de envelhecimento e o aumento da expectativa de vida das populações é uma realidade ao redor do mundo o que por si só aumenta a predisposição das doenças crônicas não transmissíveis e interage com aumento progressivo dos comportamentos sedentário e a diminuição progressiva dos níveis de atividade física e desuso muscular também associados com o processo de envelhecimento per si.
Tal comentário surge em resposta à inquietação em relação à presença do problema da inatividade física e suas consequências para a saúde coletiva, considerando o aumento da expectativa de vida e envelhecimento da população. Não fugindo ao padrão global, o número de pessoas, incluindo jovens e crianças, com sobrepeso, obesidade e até obesidade mórbida vem aumentando consideravelmente na população brasileira, principalmente naquela concentrada nas grandes cidades, condições que raramente eram percebidas há 50 anos e que também interage com o processo de envelhecimento já que conforme as pessoas ficam mais velhas e com o desuso físico progressivo ocorre o aumento do % gordura corporal e diminuição do % de massa magra.
Do ponto de vista mundial, a inatividade física já está classificada como uma pandemia. Agravando o quadro em relação à inatividade física, esta condição geralmente está associada à obesidade, ambas são fatores de risco independentes, as quais promovem o aumento da prevalência de doenças crônicas. Além disso, crianças e jovens atualmente estão apresentando maior prevalência de sobrepeso e obesidade, fato intimamente associado à inatividade física e à alimentação inapropriada bem como o exagerado uso das telas (TV, Smartphones, Tablets e etc.). É necessário um grito de alerta e conscientização dirigido principalmente aos profissionais da área da saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e profissionais de educação física) e também à população em geral para que conheçam os sintomas das doenças associadas à inatividade física e seus mecanismos de modo a contribuir sistemática e definitivamente no combate aos comportamentos sedentários e a obesidade e suas consequências.
É preciso destacar que os baixos níveis de atividade física contribuem para distúrbios musculoesqueléticos e metabólicos, e pior percepção de qualidade de vida, e têm custos pessoais, coletivos e econômicos substanciais entre as sociedades contemporâneas que estão em franco processo de envelhecimento. Isto inclui o Brasil.
CUSTO ECONÔMICO MUNDIAL DA INATIVIDADE FÍSICA ANUAL EM (dólares)
Sistema de saúde mundial – TOTAL: 53,8 bilhões
Sendo 31,2 bilhões no setor público
Sendo 9,7 bilhões no setor familiar
Sendo 12,9 bilhões no setor privado
Para minimizar é preciso criar…
Cidades sustentáveis com grandes ÁREAS VERDES e PARQUES e que estimulem a prática de atividade física
Cidades saudáveis com ótima MOBILIDADE URBANA e que favorecem o transporte com meios alternativos e que exijam esforço físico como o uso de bicicletas