O envelhecimento populacional é antes de tudo uma história de sucesso para as políticas públicas de saúde, bem como para o desenvolvimento social e econômico da humanidade.
Gro Harlem Brundtland, Diretora Geral, Organização Mundial da Saúde, 1999
O envelhecimento populacional é um dos maiores triunfos da humanidade. É também um dos nossos maiores desafios. À medida que entramos no século 21, o envelhecimento global aumentará as demandas econômicas e sociais de todos os países. Ao mesmo tempo, as pessoas idosas são um recurso precioso, e ignorado, que contribui de forma importante para a sustentação de nossas sociedades. A OMS argumenta que os países membros têm obrigação de dar a oportunidade de as pessoas envelhecerem. Por isso governos, organizações internacionais e sociedade civil precisam adotar políticas e programas de “ENVELHECIMENTO ATIVO” que ajudem a melhorar a saúde, a participação e a segurança dos cidadãos mais velhos. A hora de planejar e agir é agora.
O “ENVELHECIMENTO ATIVO” aplica-se tanto a indivíduos como a grupos populacionais. Permite que as pessoas realizem seu potencial de bem-estar físico, social e mental ao longo da vida e participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades, proporcionando-lhes proteção, segurança e cuidados adequados quando precisarem de assistência.
O que é quais são os índices do “ENVELHECIMENTO ATIVO”?
O índice de envelhecimento ativo é uma ferramenta para AVALIAR o potencial inexplorado de idosos para um envelhecimento ativo e saudável. Avalia o nível que pessoas com 60 anos ou mais vivem vidas independentes, participam de atividades sociais e de emprego remunerados e sua capacidade de envelhecer ativamente.
O que pode envolver?
- EMPREGO – Empregabilidade a partir dos 50 anos.
- PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE – Atividades voluntárias; cuidar de crianças e netos e de outros idosos; e participação política.
- INDEPENDÊNCIA – Prática de atividade física, exercício físico e esporte; e capacidade e independência funcional.
- SAÚDE E SEGURANÇA – Acesso aos serviços de saúde; vida independente; seguridade social e física.
- HABILITAÇÃO PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO – Expectativa restante de vida a partir; % da expectativa de vida com saúde; e metas de vida a partir dos 50 anos.
- EDUCAÇÃO – Bem-estar mental; conexões sociais; escolaridade e realização educacional; e formação e educação continuada.
Sendo assim, a qualidade do manter “ENVELHECIMENTO ATIVO”, a autonomia e a independência à medida que envelhecemos é um objetivo fundamental tanto para os indivíduos quanto para os formuladores de políticas. Além disso, o envelhecimento ocorre no contexto de outros – amigos, colegas de trabalho, vizinhos e familiares. É por isso que a interdependência, bem como a solidariedade intergeracional (dá e recebe de mão dupla entre indivíduos, bem como entre gerações mais velhas e mais novas) são princípios importantes do envelhecimento ativo. A criança de ontem é o adulto de hoje e a avó ou avô de amanhã. A qualidade de vida que terão como avós depende dos riscos e oportunidades que experimentaram ao longo da vida, bem como da maneira como as gerações seguintes fornecem ajuda e apoio mútuos quando necessário.
Por fim, para que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa deve ser acompanhada por oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança. Sendo assim, em todos os países, e nos países em desenvolvimento em particular, como o Brasil, os índices para ajudar as pessoas idosas a permanecerem saudáveis e ativas são uma necessidade, não um luxo e precisam ser compartilhados e adaptados para uso em uma variedade de culturas e ambientes.
ABAIXO ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES MENCIONADOS DE FORMA DIRETA E INDIRETA NO TEXTO.
AUTONOMIA é a capacidade percebida de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se vive no dia-a-dia, de acordo com suas próprias regras e preferências.
INDEPENDÊNCIA é comumente entendida como a capacidade de desempenhar funções relacionadas à vida diária – ou seja, a capacidade de viver de forma independente na comunidade sem e/ou pouca ajuda de outros.
QUALIDADE DE VIDA é “a percepção de um indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores em que vive, e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito amplo, incorporando de forma complexa a saúde física de uma pessoa, estado psicológico, nível de independência, relações sociais, crenças pessoais e relação com características salientes no ambiente”. À medida que as pessoas envelhecem, sua qualidade de vida é amplamente determinada por sua capacidade de manter autonomia e independência.
EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL é comumente usada como sinônimo de “expectativa de vida livre de deficiência e incapacidade”. Embora a expectativa de vida ao nascer continue sendo uma medida importante do envelhecimento da população, quanto tempo as pessoas podem esperar viver sem deficiências e incapacidades é especialmente importante para o envelhecimento da população. Com exceção da autonomia que é notoriamente difícil de mensurar, todos os conceitos acima foram elaborados por tentativas de mensurar o grau de dificuldade que uma pessoa idosa tem em realizar atividades relacionadas à vida diária (AVDs) e atividades instrumentais de vida diária (AIVDs).
AVDs incluem, por exemplo, tomar banho, comer, usar o banheiro e atravessar a sala.
AIVDs incluem atividades como compras, tarefas domésticas e preparação de refeições.